quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Escola... pra quê mesmo? por Gisella Werneck Lorenzi

Desfecho desastroso da semana da criança: menina de 7 anos levada pela policia à delegacia após briga com coleguinha dentro da escola. O motivo: um doce não compartilhado. O caso de Campinas dá evidências de que duas das mais antigas instituições públicas do País estão, não apenas perdidas e equivocadas, mas mostraram-se nocivas para as crianças.

A Escola Estadual Disnei Francisco e a Policia Militar de São Paulo, ambas envolvidas nesta “ocorrência”, agiram em uma parceria sinistra e os efeitos para esta criança são devastadores: quebra da confiança nos adultos educadores, e a confiança é sempre estruturante como nos ensina Winnicott, e compulsória identificação com o lugar do bandido, já que tratada como tal. Uma pequena criminosa que não tem com quem contar dentro do espaço, supostamente educador, em que vive sua infância.

Isto sem falar dos efeitos junto às outras crianças e pais que serão obrigados a conviver com a possibilidade da repetição. E a tradução disto é um forte sentimento paranóico que se instalará na relação com a escola.

Uma pergunta muito singela e básica acompanhou a leitura da reportagem da Folha de São Paulo de sábado (17/10/09): qual é, afinal, na visão desta escola, o seu papel? O que aqueles educadores, reunidos na sala da direção com uma menina de sete anos descontrolada e muito brava, pensam que seja sua função? Qual seria a contribuição destes profissionais frente aos meninos e meninas com os quais convivem todos os dias, em uma intensidade muitas vezes maior do que com seus próprios parentes?

Porque, se o que a escola faz, não tiver nada que ver com a construção de relações sociais, respeito às leis, às regras de convívio social e aos direitos humanos, formação de cidadãos críticos e solidários com seus pares, amor ao conhecimento acumulado da civilização e repúdio a toda forma de barbárie... então o que resta para a escola fazer é realmente muito pouco! O que este incidente revela é que é preciso uma revisão radical da compreensão do que seja a missão da educação no Brasil de hoje.

O Estatuto da Criança e do Adolescente em seus artigos 230, 232 e 234 prevê punições para o dirigente escolar mediante tal ato criminoso. Cabe agora ao Ministério Público fazer valer o que prevê o ECA e à sociedade civil acompanhar e cobrar por tal responsabilização.

* Gisella Werneck Lorenzi é psicóloga e uma das coordenadoras do Portal Pró-Menino.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

JORNAL NACIONAL, 40 ANOS: CADA UM CONTA O QUE QUER CONTAR

JORNAL NACIONAL, 40 ANOS: CADA UM CONTA O QUE QUER CONTAR

Muitos leitores devem ter notado que a TV Globo passou as duas últimas semanas celebrando o aniversário de 40 anos do Jornal Nacional. Desde a sua criação, o telejornal global é, de longe, a principal fonte de informação de milhões de brasileiros.

Por Diogo Moyses, no Terra Magazine
Bonner e Fátima Bernardes fizeram questão de nos lembrar das tantas glórias conquistadas pelo JN e pelo jornalismo da emissora. Matérias intermináveis — intermináveis mesmo, de quase 15 minutos — exaltaram os feitos do telejornal. Os mais antigos repórteres (os que certamente melhor cumprem ordens do patrão) foram chamados à bancada e, ao vivo, recordaram as coberturas dos fatos que marcaram a história recente do país.

Telespectadores desavisados, desconhecedores de episódios importantes da vida nacional, talvez até tenham ficado com lágrimas nos olhos.

É fato incontestável que o Jornal Nacional consolidou-se desde a década de 1970 (estreou em 1969) como símbolo do poder das Organizações Globo. Com uma estrutura quatro, cinco ou seis vezes maior do que os telejornais de suas concorrentes, ainda hoje bota medo na maioria dos políticos, que temem ser alvos de abordagens, digamos, pouco simpáticas. Quando as menções são positivas, aí é só festa. Dá até pra pensar em vôos mais altos. Símbolo maior desse poder é o fato de seu lobista-chefe ser chamado de "senador" nos corredores do Congresso Nacional. Sem nunca ter sido candidato nem eleito para cargo algum, desfruta de poderes que nenhum parlamentar possui.

O JN tem todo o direito de comemorar o que bem entender. Aliás, a Globo é perita em se autopromover. Já fez isso em diversas ocasiões e continua a fazer com competência, posando de defensora da cultura nacional e da liberdade de expressão, além da já manjada face "solidária" que os Crianças Esperanças da vida buscam construir.

O perigo iminente disso tudo é que, em um país pouco conhecedor da biografia de seus meios de comunicação, corre-se o risco de reescrever a história. O temor não se faz em vão: como historiadores cansam de afirmar, a memória coletiva muitas vezes é fruto do legado dos mais fortes.

Mas voltemos ao nosso tema. Como era previsível, o JN tratou de lembrar das tantas ocasiões nas quais noticiou fatos da vida política, econômica, cultural e esportiva do país.

Esqueceu-se, no entanto — e ao acaso isso não pode ser creditado —, de recordar os momentos em que o telejornal global foi ele mesmo sujeito da história.

Ficou de fora da retrospectiva, por exemplo, que o surgimento e fortalecimento da TV Globo deu-se a partir de um acordo ilegal com o grupo estrangeiro Time-Life, que foi inclusive objeto de CPI no Congresso Nacional.

Esqueceram de dizer que a emissora foi criada e se fortaleceu com o apoio decisivo dos sucessivos governos militares. E que seu jornalismo, em especial o JN, ignorou solenemente as torturas, os desaparecimentos e as mortes dos que lutavam contra a ditadura, como se não tivessem acontecido.

O resgate histórico deixou de lado a tentativa de ignorar o movimento pelas eleições diretas nos primeiros anos da década de 1980, assim como a participação da emissora na tentativa malsucedida de fraude nas eleições para o governo do Rio de Janeiro, com o objetivo de evitar a posse de Leonel Brizola.

A memória seletiva igualmente deu conta de apagar a participação decisiva do JN na eleição de Fernando Collor em 1989, quando a emissora editou de forma canalha o último debate entre Collor e Lula, além de utilizar contra o candidato petista as acusações lunáticas de sua ex-mulher e o sequestro do empresário Abílio Diniz.

Nos anos seguintes, de forma nem um pouco sutil, foi linha de frente na consolidação da ideia — hoje comprovadamente furada — de que o neoliberalismo e a privatização de empresas estatais eram o único caminho a seguir, impulsionando a eleição e reeleição de FHC à Presidência.

Há ainda uma série infindável de episódios mais recentes que poderiam ser acrescentados à lista, como a cobertura favorável ao tucano Alckmin nas últimas eleições presidenciais. Ao contrário de outras tentativas, a tática não deu certo, graças à multiplicação das fontes de informação e, quem sabe, ao aumento da consciência política das classes menos favorecidas.

Fato é que, ao longo de toda a sua história, a Globo consolidou-se como os olhos e ouvidos da atrasada elite brasileira, cerrando fileiras contra movimentos sociais e quaisquer políticas distributivas. Em Brasília, seu "senador" é sempre recebido com afagos. Tapetes vermelhos se estendem aos seus pés. E assim, políticas que visam democratizar as comunicações do país são enterradas antes mesmo de nascerem.

É normal, compreensível até, que o JN tente recontar a sua própria história. O que não pode acontecer é que a história não contada por ele seja esquecida por nós.

* Diogo Moyses é jornalista, radialista, membro do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação e autor de A Convergência Tecnológica das Telecomunicações e o Direito do Consumidor

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Por dizer a verdade por Eduardo Guimarães

Joaquim Benedito Barbosa Gomes é o nome dele.

Conhecido como Joaquim Barbosa, apenas, ele é ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil desde 25 de junho de 2003, quando nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o único negro entre os atuais ministros do STF.
Joaquim Barbosa nasceu no município mineiro de Paracatu em 7 de outubro de 1954 (54 anos), noroeste de Minas Gerais.
É o primogênito de oito filhos.
Pai pedreiro e mãe dona de casa, passou a ser arrimo de família quando estes se separaram.
Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público.
Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado.
Prestou concurso público para Procurador da República e foi aprovado.
Licenciou-se do cargo e foi estudar na França por quatro anos, tendo obtido seu Mestrado em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e seu Doutorado em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1993.
Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Foi Visiting Scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York (1999 a 2000), e Visiting Scholar na Universidade da California, Los Angeles School of Law (2002 a 2003).
Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês e alemão.

O currículo do ministro do STF Joaquim Barbosa que vocês acabam de ler foi extraído da Wikipédia, mas pode ser encontrado facilmente nos arquivos dos órgãos oficiais do Estado Brasileiro.
“E o que mostra esse currículo?”, perguntarão vocês. Antes de responder, quero dizer que o histórico de vida de Joaquim Barbosa pesa muito neste caso, porque mostra que ele, à diferença de seus pares, é alguém que chegou aonde chegou lutando contra dificuldades imensas que os outros membros do STF jamais sequer sonharam em enfrentar.
Não se quer aceitar, nesse debate – ou melhor, a mídia, a direita, o PSDB, o PFL, os Frias, os Marinho, os Civita não querem aceitar –, que Joaquim Barbosa é um estranho no ninho racialmente elitista que é o Supremo Tribunal Federal, pois esse negro filho de pedreiro do interior de Minas é apenas o terceiro ministro negro da Corte em 102 anos, conforme a Wikipédia, tendo sido precedido por Pedro Lessa (1907 a 1921) e por Hermenegildo de Barros (1919 a 1937).
E quem é o STF hoje no Brasil? Acabamos de ver recentemente nos casos Daniel Dantas, Eliana Tranchesi etc. É o que sempre foi: a porta por onde os ricos escapam de seus crimes.
Joaquim Barbosa é isolado por seus pares pelo que é: negro de origem pobre numa Corte quase que exclusivamente branca nos últimos mais de cem anos, que julga uma maioria descomunal de causas que beneficiam a elite branca e rica do país.
Sobre o que ele disse ao presidente do STF, Gilmar Mendes, apenas repercutiu o que têm dito, em ampla maioria, juízes, advogados, jornalistas, acadêmicos de toda parte do Brasil e do mundo, que o atual presidente do Supremo, com suas polêmicas midiáticas, com denúncias de grampos ilegais que não se sustentam e que ele até já reconheceu que “podem” não ter existido – depois de toda palhaçada que fez –, desserve à instituição que preside e ao próprio conceito de Justiça.
Gilmar Mendes pareceu-me ter querido “pôr o negrinho em seu lugar”, e este, altivo, enorme, colossal, respondeu-lhe, com todas as letras, que não o confundisse com “um dos capangas” do supremo presidente “em Mato Grosso”.
Falando nisso, a mídia poderia focar nesse ponto, sobre “Mato Grosso”, mas preferiu o silêncio. Esperemos...
Recomendo-lhes que, depois de terminarem de ler este texto, voltem aqui e terminem de ler o currículo de Joaquim Barbosa na Wikipédia. Claro que muitos dirão que a Wikipédia é “aparelhada pelo PT”, sem darem maiores explicações sobre como e por que isso acontece. Mas eu concordo com o texto ali postado. A meu ver, está mais do que correto.
Finalmente, esse episódio revelou-se benigno para a nação, a meu juízo, pois mostrou que ainda resta esperança para a Justiça brasileira. Enquanto houver um só que enfrente uma luta aparentemente desigual para si simplesmente para dizer o que falam quase todos, porém sem que os poucos poderosos dêem ouvidos, haverá esperança. Enquanto um resistir, resistiremos todos.
Joaquim Barbosa é um estranho no ninho do STF, entre a elite branca da nação, e está sendo combatido por isso e por simplesmente dizer a verdade em meio a um mar de hipocrisia. O Brasil inteiro sabe disso e essa talvez seja a verdade mais importante, pois dará conseqüência aos fatos, se Deus quiser.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

SEM MINISTERIO, SEM PROJETOS, SEM ESTRATEGIAS, APENAS NO CAMINHO por Carlos Bregantim

Perguntam-me sempre sobre "MEU MINISTÉRIO, MEUS PROJETOS, MINHA VISÃO, MINHA MISSÃO, MINHA ESTRATÉGIA", e por ai vai.
Houve um tempo em que me afligia quando me perguntavam; "ONDE VOCÊ ESTARÁ DAQUI A 10 ANOS, OU, O QUE VOCÊ ESTARÁ FAZENDO OU O QUE DIRÃO A SEU RESPEITO QUANDO VOCÊ MORRER?"
Hoje, apenas respondo que estou no Caminho. Quando digo, estou no Caminho, não digo que estou num movimento histórico chamado Caminho da Graça. Digo que estou no Caminho.
O Caminho que é uma Pessoa e que tem um Nome e seu Nome é Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus.
Embora, faça parte com muita alegria deste movimento, junto com outros caminhantes, mas, o que me da prazer é estar no Caminho.
Por estar no Caminho, tenho aprendido que devo entregar o "MEU CAMINHO" aquEle que é o Caminho e apenas caminhar.
Caminhar lidando com tudo que vai acontecendo no caminho, na certeza que, estando "MEU CAMINHO" nas mãos do Caminho, tudo acontecerá na medida e na proporção do interesse daquEle que é tudo o tempo todo.
Não preciso responder nada sobre resultados, estatísticas, prazos, cronogramas, estratégias, organização, estrutura, pois, tudo no caminho que está nas mãos do Caminho, acontece para o bem daqueles que amam o Caminho.
Agora também me perguntam como vai o Caminho. Digo sempre que o Caminho não poderia estar melhor.
Mas, e o Caminho da Graça, como está, perguntam outros. Eu digo, está onde sempre esteve e estará, isto é, no coraçào daqueles que creem no Caminho e a Ele se entregam de maneira irrestrita, e passam a viver para servir a Deus e às pesoas.
Perguntam então sobre o "MEU CAMINHO", respondo também que não poderia estar melhor, pois está nas mãos do Caminho.
Isto não implica dizer que "TUDO ESTÁ BEM", até porque, a vida não é assim pra ninguém. Ninguem tem tudo que quer o tempo todo.
Implica em dizer como o Paulo, apostolo, "APRENDI A ME ADAPTAR A TODAS AS CIRCUNSTANCIAS", de modo que, independente do curso das coisas, das alegrias e tristezas, vitorias ou derrotas, os solavancos da vida, e tudo que é inerente ao existir nesta dimensão da eternidade, digo, ESTOU BEM.
Estou bem hoje. É o que basta.
Tenho para o dia de hoje. Isto é bom.
É assim que tem sido. É assim que desejo que continue sendo.
Estou no Caminho da Graça que está nas mãos do Caminho e, em qualquer lugar, qualquer dia e hora e com algumas ou muitas pessoas, o que vale é o que o Caminho tem sido em nós e o quanto nós estamos sendo no Caminho de modo que muitos vejam e encontrem o Caminho, a Verdade e a Vida.
Nos vemos no caminho e o Caminho nos vê a todos.
Enquanto movimento, também podemos nos ver no Caminho da Graça em vários lugares, dias e horários por este Brasil a fora.
Eu estou aqui na capital paulistana e você, onde está?

Graça, paz & todo bem da parte do Caminho a você e sua casa.

Bjs.

Carlos Bregantim
Caminho da Graça
Estação São Paulo

terça-feira, 21 de abril de 2009

UM CONVITE À DOCE REVOLUÇÃO por Caio Fabio

Meus irmãos,
Se vocês crêem no que estão lendo e ouvindo aqui neste site e se crêem que é hora de nos manifestarmos sem alarde, porém com fé, acerca do que temos crido, conforme o Evangelho da Graça; e se também crêem que pode ser este o tempo no qual o Espírito Santo possa estar querendo suscitar um fogo de arrependimento em nós, nos conduzindo de volta ao Evangelho de Jesus, então, de minha parte, fica aqui a sugestão de uma doce subversão de amor e de uma gentil manifestação de provocação em fé.
Solicito a você que leia o texto que segue e, caso creia nos conteúdos por ele anunciados como sendo a alma e o espírito do Evangelho de Cristo, que o torne a sua Tese Reformada Contemporânea. Assim, imprima-o de todos os modos que lhe sejam possíveis (podendo até ser que para alguns ele vire um banner, uma grande placa ou um simples “pergaminho” com seu conteúdo). Depois, que seja afixado nas portas de Igrejas, Seminários e Catedrais, bem como na porta de sua casa ou onde quer que você tenha a chance de colocá-lo.
Leia, por favor. Se crer, faça o que lhe for possível. Até o último domingo de fevereiro gostaria de ficar sabendo que ele foi afixado no máximo possível de igrejas e lugares de freqüência cristã. E mais: tal ato é de foro íntimo. Portanto, não busque consentimento de ninguém. Também não vandalize nada. Seja discreto. Apenas pendure a sua bandeira na forma de uma tese de fé e vida na Graça de nosso Deus. O tamanho você decide. A quantidade também. Envie-me fotos de alguns desses lugares, pois quero colar tais fotos aqui no site.
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Artigo 1º - Fica decretado que agora não há mais nenhuma condenação para quem está em Jesus, pois o Espírito da Vida em Cristo livra o homem de toda culpa para sempre.

Artigo 2º - Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive os sábados e domingos, carregam consigo o amanhecer do Dia Chamado Hoje, por isso qualquer homem terá sempre mais valor que as obrigações de qualquer religião.

Artigo 3º - Fica decretado que a partir deste momento haverá videiras, e que seus vinhos podem ser bebidos; olivais, e que com seus azeites todos podem ser ungidos; mangueiras e mangas de todos os tipos, e que com elas todo homem pode se lambuzar.

Parágrafo do Momento:

Todas as flores serão de esperança, pois todas as cores, inclusive o preto, serão cores de esperança ante o olhar de quem souber apreciar. Nenhuma cor simbolizará mais o bem ou o mal, mas apenas seu próprio tom, pois o que daí passar estará sempre no olhar de quem vê.

Artigo 4º - Fica decretado que o homem não mais julgará o homem, e que cada um respeitará seu próximo como o Rio Negro respeita suas diferenças com o Solimões, visto que com ele se encontra para correrem juntos o mesmo curso até o encontro com o Mar.

Parágrafo que nada pára:

O homem dará liberdade ao homem assim como a águia dá liberdade ao seu filhote para voar.

Artigo 5º - Fica decretado que os homens estão livres, e que nunca mais nenhum homem será diferente de outro homem por causa de qualquer Causa. Todas as mordaças serão transformadas em ataduras para que sejam curadas as feridas provocadas pela tirania do silêncio. A alegria do homem será o prazer de ser quem é para Aquele que o fez, e para todo aquele a quem encontre em seu caminhar.

Artigo 6º - Fica ordenado, por mais tempo que o tempo possa medir, que todos os povos da Terra serão um só povo, e que todos trarão as oferendas da Gratidão para a Praça da Nova Jerusalém.

Artigo 7º – Pelas virtudes da Cruz fica estabelecido que mesmo o mais injusto dos homens que se arrependa de seus maus caminhos terá acesso à Arvore da Vida, por suas folhas será curado, e dela se alimentará por toda a eternidade.
Artigo 8º – Está decretado que pela força da Ressurreição nunca mais nenhum homem apresentará a Deus a culpa de outro homem, rogando com ódio as bênçãos da maldição. Pois todo escrito de dívidas que havia contra o homem foi rasgado, e assustados para sempre ficaram os acusadores da maldade.

Parágrafo único:

Cada um aprenderá a cuidar em paz de seu próprio coração.

Artigo 9º – Fica permanentemente esclarecido, com a Luz do Sol da Justiça, que somente Deus sabe o que se passa na alma de um homem. Portanto, cada consciência saiba de si mesma diante de Deus, pois para sempre todas as coisas são lícitas, e a sabedoria será sempre saber o que convém.

Artigo 10º – Fica avisado ao mundo que os únicos trajes que vestem bem o homem diante de Deus não são feitos com pano, mas com Sangue; e que os que se vestem com as Roupas do Sangue estão cobertos mesmo quando andam nus.

Parágrafo certo:

A única nudez que será castigada será a da presunção daquele que se pensa por si mesmo vestido.

Artigo 11 - Fica para sempre discernido como verdade que nada é belo sem amor, e que o olhar de quem não ama jamais enxergará qualquer beleza em nenhum lugar, nem mesmo no Paraíso ou no fundo do Mar.

Artigo 12 – Está permanentemente decretado o convívio entre todos os seres; por isso, nada é feio, nem mesmo fazer amizades com gorilas ou chamar de "minha amiga" a sucuri dos igapós. Até a "comigo-ninguém-pode" está liberta para ser somente a bela planta que é.

Parágrafo da vida:

Uma única coisa está para sempre proibida: tentar ser quem não se é.

Artigo 13 - Fica ordenado que nunca mais se oferecerá nenhuma Graça em troca de nada, e que o dinheiro perderá qualquer importância nos cultos do homem. Os gazofilácios se transformarão em baús de boas recordações, e todo dinheiro em circulação será passado com tanta leveza e bondade que a mão esquerda não ficará sabendo o que a direita fez com ele.

Artigo 14 – Fica estabelecido que todo aquele que mentir em nome de Deus vomitará suas próprias mentiras e delas se alimentará como o camelo, até que decida apenas glorificar a Deus com a verdade do coração.

Artigo 15 – Nunca mais ninguém usará a frase "Deus pensa que...", pois, de uma vez e para sempre, está estabelecido que o homem não sabe o que Deus pensa.

Artigo 16 - Estabelecido está que a Palavra de Deus não pode ser nem comprada e nem vendida, pois cada um aprenderá que a Palavra é livre como o Vento e poderosa como o Mar.

Artigo 17 – Permite-se para sempre que onde quer que dois ou três invoquem o Nome em harmonia, nesse lugar nasça uma Catedral, mesmo que esteja coberta pelas folhas de um bananal.

Artigo 18 - Fica proibido o uso do Nome de Jesus por qualquer homem que o faça para exercer poder sobre seu próximo, e estabelecido que melhor que a insinceridade é o silêncio. Daqui para frente, nenhum homem dirá "O Senhor me falou para dizer isto a ti", pois Deus mesmo falará à consciência de cada um. Todos os homens e mulheres que crêem serão iguais, e ninguém jamais demandará do próximo submissão, mas apenas reconhecerá o seu direito de livremente ser e amar.

Artigo 19 – Fica permitido o delírio dos profetas, e todas as utopias estão agora instituídas como a mais pura realidade.

Artigo 20 - Amém!
Caio
e tantos quantos creiam que uma revolução não precisa ser sem poesia

sexta-feira, 10 de abril de 2009

PÁSCOA: ELE É O MEU ÊXODO E A MINHA ALEGRIA!

Na Páscoa verdadeira acontecem duas mortes: a do Cordeiro e daqueles por quem Ele morreu.
Na morte de Jesus eu não escapei da morte, eu morri com Ele, a fim de poder viver com Ele.
Se Jesus morreu, mas eu escapei de morrer com Ele, significa que Ele não morreu por mim...
Entretanto, Jesus morreu por mim independentemente de que eu tenha aceitado morrer com Ele, em Sua morte.
Assim a Graça principia...
Afinal, Cristo Jesus deu a vida por nós, sendo nós ainda alienados Dele por completo.
Todavia, uma vez que eu celebre a Páscoa como morte de Jesus, o Cordeiro, por mim, então, por tal consciência, segundo Paulo, eu devo também me considerar morto para o pecado e vivo para Deus.
É como tudo o mais que seja de Deus!...
Começa sempre unilateral, mas, depois que existe consciência e alguma fé, o que se diz aos discípulos é o seguinte: Você quer perdão..., mais perdão..., perdão sempre... - então, perdoe sempre, até 70 x 7 num único dia!
É por isto que somente os misericordiosos alcançam misericórdia sempre!
Entretanto, em Páscoas de Ovo... - não há lugar para a Cruz, e, muito menos, para se celebrar a nossa própria morte com Jesus.
Ninguém quer morrer...
Todo mundo quer viver, viver e viver.
Mas não há vida em Jesus sem que eu aceite que a morte de Jesus quer ser a minha morte...
Este é o ensino de Paulo o tempo todo, à exaustão.
O convite da Páscoa existencial do Novo Testamento é para que nós nos conformemos com Jesus na Sua morte, a fim de obtermos superior ressurreição.
E mais:
No ensino de Paulo o morrer com Jesus, o aceitar as implicações de Sua morte, trazia como conseqüência a consciência de nossa morte para o viver segundo o capricho, o egoísmo, o "si-mesmo".
Entretanto, Paulo diz: "Fazei morrer a vossa natureza terrena"... - e a descreve tal natureza como sendo aquilo que mata a alma e o espírito; a saber: maldade, luxuria, inveja, prostituição, amargura, ódio, gritarias e maldade no falar; entre tantas outras coisas.
Assim, a verdadeira Páscoa existencial, segundo o Evangelho, é todo dia; e é algo que a gente faz...
Existe a dimensão do "fazei" no Novo Testamento!
Está Tudo Feito para que, em mim, possa ser feito; e em tal tarefa sou colaborador de Deus, abrindo o ser para que a operação do Espírito não encontre o pior adversário da Graça, que é a nossa própria indisposição de aceitarmos a cura como morte... em Jesus.
Sim! Nossa cura é morrermos; a fim de que possamos provar a outra vida, que não é no além ainda, mas aqui e agora; já.
Hoje, mais do que nunca antes, por imposição do amor de Deus em meu favor na história, sei o que é estar morto enquanto se está vivo.
Antes de tudo..., para mim era como para mim é hoje em termos de compreensão. Todavia, não em termos de real entendimento.
O entendimento é um discernimento engendrado em nós pelo Espírito, em razão do casamento da Palavra e da Experiência. Ora, é isto que nos leva a gloriamos-nos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, experiência e esperança em plenitude.
Desse modo, tive que sentir na carne o significado de estar morto para o mundo, para todo o mundo e pra todo mundo, ao ponto de virar um fantasma, ao ponto de não ser conhecido nem pelos mais conhecidos, ao ponto de me perguntar: Mas como não vêem que eu sou ainda eu mesmo em Cristo?
Entretanto, dou muitas graças a Deus pela experiência da morte; e, creia, até me alegro quando, ainda hoje, sou tratado como morto - pois, aprendi como é grande a liberdade de um morto!
Na realidade me refiro de modo alegórico à minha experiência de morrer ante os sentidos do mundo [incluindo no mundo a "igreja"], pois, foi por ela, pela libertação do Super-Ego do Mundo sobre mim, que pude provar a alegria de outra vez servir a Deus como no principio de tudo: livre e alegremente.
Hoje sinto que já há grupos querendo diminuir a minha Páscoa em Jesus.
Sim! Já há pessoas querendo dizer que "expressões" devo usar ou não. Rsrsrs.
Tolos. Não vêem que estou morto para os caprichos de vocês!
Não queriam que eu voltasse a falar nunca mais!...
Agora querem me censurar em nome do pudor e das boas expressões da religião!...
É mais ou menos assim...
Antes gritavam:
Matemo-lo!
Como não mataram, então, dizem:
Vistamo-lo!
Ora, digo isto apenas para ilustrar o fato que, quando morremos com Jesus, quando nossa reputação, justiça-própria, glória, honra, e tudo quanto seja importante e elevado entre os homens, acaba para nós, então, aí é que começa a vida.
Com isto não recomendo a ninguém a experiência da busca de uma catástrofe. Apenas digo que é pelo querer, pelo fazer, pela decisão... que se pode, dia a dia, ir fazendo morrer a nossa natureza terrena; na mesma medida em que apenas nos gloriemos em Jesus, na Cruz, na Vida que é; e, assim, vivamos em novidade de vida; não segundo o mundo; não para chocar ninguém; mas apenas para dar o testemunho da nova consciência segundo a fé, que é pura para comer e beber com gratidão, e feliz para testemunhar somente pela alegria da libertação.
Todavia, saiba:
Uma das primeiras manifestações de que de fato morremos com Jesus, é o abdicar de toda importância humana que se contraponha à simplicidade do que seja a Verdade em Jesus.
E mais:
Os mortos já não têm mais divida alguma!
Quem serão os credores que entrarão na morte para cobrar ao morto? Sim! Se o morto morreu em Jesus, na Cruz?
Paulo diz: Aquele que morreu já não tem dívidas!
Assim, fique livre para andar livre; e isto só acontece quando se caminha exclusivamente segundo o Evangelho.
Desse modo, estou ressuscitado com Jesus. E, por causa Dele, a morte já não tem domínio sobre mim.
Todo dia é uma nova vida!

Nele, que é a nossa Páscoa,

Caio
9 de abril de 2009
Lago Norte
Brasília
DF